Alergia ao glúten: o que fazer?

Entenda o que é a doença celíaca e como melhorar a qualidade de vida da criança com essa intolerância

Diarréia e vômito. Esses sintomas não lembram as comuns viroses em crianças? Mas, se principalmente a diarréia persistir por mais de duas semanas, ela pode caracterizar a alergia ao glúten. “A criança pode ficar desnutrida. Além de perder massa gordurosa, principalmente na região glútea, e ter seu crescimento prejudicado”, diz Mauro Borghi, pediatra do Hospital São Luiz. O glúten agride e danifica o intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos. Também conhecida como doença celíaca, ela é hereditária e pode se manifestar a partir do momento em que a criança começa a alimentação sólida. Além dos sintomas serem os sinais do problema, há exames de sangue específicos para confirmar o diagnóstico. A única maneira de combater a alergia é suspender os alimentos que contêm glúten. “Essa proteína é encontrada no trigo, na aveia, centeio e cevada”, afirma a nutróloga Silvia Cristina Ramos. Pães, bolos e massas, preparados da maneira convencional, devem ser afastados da dieta da criança. Por conta da gravidade da doença, desde 2003 ficou sancionada a lei em que todos os produtos industrializados devem ter nos rótulos as indicações “contém glúten” ou “não contém glúten”. “Elas constam até mesmo em embalagens de água mineral”, diz Silvia. No mercado, há poucas opções de produtos elaborados sem glúten. Segundo a nutróloga, geralmente cabe à mãe preparar alimentos em casa fazendo as substituições necessárias, como trocando a farinha de trigo, por exemplo, pelas de milho ou mandioca.